A Justiça converteu em preventiva a prisão do rapaz de 21 anos, suspeito de abusar sexualmente de uma menina de 4 anos, em Jaraguari, a 56 km de Campo Grande. O suspeito, que foi adotado pela avó da criança, há cerca de 2 anos, estava morando junto com a vítima e foi preso em flagrante, nessa segunda-feira (25).
Segundo o delegado Jarley Inácio, responsável pelas investigações, o inquérito continua em andamento e ele pretende ouvir, nos próximos dias, pessoas do convívio tanto da vítima quanto do suspeito. “A intenção é fazer um estudo sobre o comportamento dele e verificar se aconteceu algo semelhante antes”, disse ao G1.
Entenda o caso
O fato, segundo a polícia, ocorreu em uma chácara onde a vítima residia com os avós e o suspeito. Logo após a avó presenciar a cena, o suspeito teria confessado o crime e também demonstrado arrependimento durante depoimento na delegacia.
No depoimento, a idosa contou que residia com o esposo na chácara, há cerca de dois anos, quando soube da história de irmãos que teriam sido abandonados pela família. “Ela disse que eles tinham sido abusados quando criança e depois abandonados tempos depois. A senhora se sensibilizou com a história, principalmente este rapaz, que estava descalço, desnutrido, sem camisa e era muito bonzinho segundo ela”, disse na ocasião o delegado.
Logo após saber dos fatos, ela então o adotou informalmente. “A senhora o levou para casa. Deu um quarto para ele, comprava roupas e o tratava como filho. Ela disse que a família até foi contra na época, mas, ela decidiu cuidar dele. E o rapaz ajudava na fazenda, mas, não era nada obrigatório, não era um serviço, pois, ela disse que o tratava como filho mesmo”, comentou Jarley.
No último domingo (24), no entanto, a idosa presenciou o rapaz tocando nas partes íntimas da criança, enquanto ela brincava no quintal do imóvel. “Ela conversou com a menina e ela contou o crime, dizendo que ele tinha ameaçado de matar a família se ela contasse. A menina foi encaminhada para o Imol [Instituto de Medicina e Odontologia Legal] e não houve a consumação do crime, mas, de qualquer forma se ele tocou na menina é um caso de estupro pela nova lei”, ressaltou o delegado.
Já na delegacia, o rapaz também falou do fato de ter sido abusado quando criança, negou que tenha ameaçado a menina e disse que, assim que a tocou, se arrependeu “na mesma hora”. Nesta manhã (26), ele deve sair da cela da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro e seguir para a audiência de custódia.
O rapaz, que não tinha antecedentes criminais, deve responder por estupro de vulnerável, com pena que pode chegar a 15 anos de reclusão.